1º LEDforum:
um novo evento dedicado à nova tecnlogia


O 1º LEDforum – realizado pela Revista L+D em parceria com a AsBAI– reuniu cerca de 300 participantes, vindos de várias regiões do país para ouvir 11 palestras proferidas por especialistas e pesquisadores que atuam no Brasil e no exterior. Complementando a programação, os patrocinadores do evento apresentaram seus lançamentos em uma área de exposição, na qual os participantes puderam conhecer de perto os produtos e obter mais informações sobre eles.

LED FORUM
POTENCIALIDADES, LIMITAÇÕES E PERSPECTIVAS DO USO DE LEDS

No final de agosto, arquitetos, lighting designers, profissionais da indústria de iluminação e acadêmicos se reuniram em São Paulo no I Fórum Internacional de Aplicação da Tecnologia LED – LED Forum – para se informar e discutir sobre as possíveis aplicações dos LEDs. Os diodos emissores de luz estão entrando com força no mercado brasileiro, assim como no restante do mundo, e o conhecimento da tecnologia é fundamental para que os profissionais possam tirar proveito de todas as suas potencialidades.

É o que defende a arquiteta Esther Stiller, presidente da Associação Brasileira de Arquitetos de Iluminação (AsBAI), que, durante o evento, alertou ao público presente: “A tecnologia é complexa e se nós não tivermos compreensão técnica da ferramenta, não teremos bons resultados”. E provocou: “É preciso aprofundamento e estudo para não ouvirmos dentro de alguns anos que o LED não é uma boa fonte de luz porque não está sendo bem aplicado”.

Após o impacto da primazia absoluta dos LEDs na última Light + Building – cerca de 90% dos produtos apresentados utilizavam esta tecnologia, o que prova que os diodos já são uma fonte luminosa viável –, é natural o interesse dos profissionais em conhecer melhor seu funcionamento, suas limitações e possibilidades de aplicação.

Assim, o LED Forum – promovido pela AsBAI com correalização da L+D – reuniu cerca de 300 participantes em seu primeiro dia e mais de 340 no segundo, vindos de várias regiões do país para ouvir 11 palestras proferidas por especialistas e pesquisadores que atuam no Brasil e no exterior. Complementando a programação, os patrocinadores do evento apresentaram seus lançamentos em uma área de exposição, na qual os participantes puderam conhecer de perto os produtos e obter mais informações sobre eles (confira os destaques dentre os lançamentos nas páginas seguintes).

As palestras do primeiro dia tiveram início com a apresentação de Fernando Romano, engenheiro da divisão de semicondutores ópticos da Osram. O especialista comparou aspectos como a eficiência energética e o índice de reprodução cromática dos LEDs em relação a outras fontes luminosas, e disse acreditar que, em cerca de dois anos, os diodos devem se tornar a fonte de luz mais eficiente do mercado. O setor de iluminação pública foi apontado por ele como um mercado promissor para a tecnologia LED: “O payback para iluminação urbana existe e é verdadeiro: os intervalos de manutenção são muito maiores, além da economia de recursos. Se tivermos controle sobre a temperatura do dispositivo, teremos uma vida elevada”, afirmou. Um exemplo da viabilidade da nova tecnologia é o caso da China, onde o governo subsidia o uso dos LEDs na iluminação pública por conhecer os ganhos que a tecnologia proporciona. As vantagens, segundo Romano, não se retringem às questões técnicas ou econômicas: luminárias urbanas equipadas com LEDs contribuem para o embelezamento urbano e para a sensação de limpeza e segurança de forma mais efetiva do que as tradicionais, que utilizam lâmpadas de vapor de sódio, que têm um espectro muito amarelado e causam maior ofuscamento.

Na sequência, o diretor da Erco para a América do Sul, Edgardo Cappiello, falou sobre as novas ópticas voltadas para as aplicações com LEDs, ressaltando o desenvolvimento vertiginoso da tecnologia nos últimos anos. “Há 12 anos, executávamos o primeiro projeto com LEDs em Buenos Aires, mas era uma iluminação decorativa, não estávamos fazendo luminotécnica. Hoje, a Erco oferece os LEDs em seu programa de luminárias para iluminar (além de decoração e balisamento)”, contou. Nestas luminárias, salientou, a eficiência da iluminação está diretamente ligada à óptica, pois “um LED que atira luz para todos os lados não nos interessa”.

Cappiello falou, ainda, sobre a importância de se conhecer as limitações dos LEDs para poder usá-los da melhor forma. Um exemplo é a iluminação de museus ou restaurantes, nos quais a exigência cromática é muito grande e, por isso, não é indicado o uso exclusivo dos LEDs. Nestes casos, a sugestão do especialista é a utilização dos diodos na luz geral, combinada a outras fontes para a iluminação de acento.

Na terceira palestra do dia, Eduardo Polidoro, gerente de produtos da Philips para a América Latina, enumerou as vantagens que a tecnologia oferece, desde as mais gerais – maior vida útil, custos reduzidos de manutenção, eficiência energética, não utilização de mercúrio – até aquelas específicas do setor arquitetural, como a flexibilidade no design, a capacidade de se obter cores vívidas saturadas sem a utilização de filtros e a possibilidade de melhor controle óptico, reduzindo a poluição luminosa e o ofuscamento.

Em seguida, Wilson Theodosio, gerente de aplicação e vendas da Schréder, também falou sobre os potenciais dos LEDs na iluminação pública, mencionando as seguintes vantagens: sistemas ópticos que garantem fachos muito precisos e que os tornam altamente eficientes, controle dinâmico de cores, aumento da resistência a vibrações e impactos, entre outros fatores. Segundo o profissional, a dissipação do calor é questão fundamental a ser levada em consideração no desenvolvimento de equipamentos que utilizam LEDs.

Concluindo as atividades do primeiro dia, o gerente regional da Traxon, Daniel Tatini, apresentou cases da utilização de LEDs em diversos tipos de ambientes, como lojas, shopping centers, hotéis, bares, discotecas, ambientes corporativos e outros. Tatini enfatizou a interatividade e a flexibilidade permitida com a utilização dos LEDs, que podem ser utilizados na composição de fachadas interativas, por exemplo.

O segundo dia do evento teve início com a palestra do professor Fernando Westphal, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sobre sustentabilidade e certificação LEED (sigla para Leadership in Energy and Environmental Design). O palestrante abordou todos os quesitos que levam à pontuação necessária para atingir a certificação no que se refere à iluminação, discorrendo sobre alguns benefícios que os LEDs podem trazer neste sentido. No entanto, o professor afirmou que a simples utilização dos diodos não garante a conquista da certificação, e defendeu que o grande desafio está no melhor aproveitamento da luz natural.

O segundo palestrante do dia, Gabriel Jesus, gerente de produtos LED da GE Iluminação, apresentou um estudo comparativo sobre os custos de sistemas de iluminação utilizando LEDs versus lâmpadas halógenas. Ao final do levantamento, concluiu-se que a rentabilidade dos LEDs é maior em virtude do menor custo com a manutenção e consumo de energia. O especialista acredita que o uso comercial em grande escala dos LEDs deverá acontecer dentro de cinco anos, e apontou a necessidade da implantação de normas que garantam a qualidade dos produtos comercializados.

A perspectiva de crescimento dos LEDs no mercado também é compartilhada por Jorge Orillac, diretor de marketing da Lutron Eletronics para a América Latina. O especialista acredita que os diodos representarão 80% do mercado até 2020, e por esta razão ressaltou a necessidade de melhoria dos sistemas de automação para LED. Orillac disse, ainda, que os drivers atuais para dimerização não são apropriados para cargas baixas como as dos LEDs, mas sim para incandescentes de até 60W, razão que leva a uma dimerização menos eficiente dos diodos.

Em seguida, foi a vez do alemão Alexander Wiepen, diretor da Insta, que apresentou uma seleção de projetos com o uso de LEDs em fachadas, uma aplicação promissora graças à baixa necessidade de manutenção e às possibilidades de interatividade que a tecnologia permite.

O seminário foi encerrado com a palestra do inglês Barry Hannaford, diretor do DPA Lighting Consultants, que levantou diversas questões que devem ser levadas em conta na hora de escolher a fonte de luz a ser utilizada, destacando algumas aplicações de LEDs em projetos do DPA. O lighting designer alertou o público sobre a importância de se equilibrar, no momento do projeto, as demandas técnicas e as subjetivas: “Nós iluminamos para as pessoas, não para luxímetros ou níveis de luminância”, provocou. Neste contexto, a economia de energia, uma das vantagens mais difundidas dos LEDs, também deve ser considerada. “Em minha opinião, nada é energy saving se utiliza energia”, disparou Hannaford, argumentando ser “necessário e vital saber o quanto de luz é preciso para projetar os ambientes e, com isso, estabelecer a relação adequada entre uso e desperdício”. E completou: “O resultado luminotécnico dependerá, inclusive, da convivência com outros materiais que compõem o espaço”.
(Da Redação)